João Neutzling Jr.
Iraque 20 anos de uma mentira e de uma guerra injusta
João Neutzling Jr.
Economista, bacharel em direito, Mestre em Educação, Auditor Estadual e professor.
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Depois do atentado de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, o governo de George Bush, o filho, acusou como responsáveis a organização salafista Al Qaeda liderada por Osama Bin Laden e Saddam Hussein, líder do Iraque. Acusou sem provas.
Logo o presidente Bush também insistiu que o Iraque armazenava armas de destruição em massa (armas nucleares). Ora, até os camelos no deserto sabem que o único País do Oriente Médio que tem armas nucleares é Israel, aliado dos EUA.
Na época, o diplomata brasileiro José Maurício Bustani, diretor da Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq) confirmou publicamente, após sucessivas vistorias in loco, que o Iraque não tinha armas atômicas. Bustani insistiu que era tolice atacar o Iraque. Por pressão de Dick Cheney, vice-presidente dos EUA, Bustani foi afastado da Opaq.
O secretário de estado americano Collin Powel afirmou que o Iraque tinha estoque de armas químicas. Como se os EUA também não tivessem armas químicas.
O Iraque nunca atacou alvo americano em nenhum lugar do planeta, pelo contrário. Hussein era velho aliado dos EUA. Depois da revolução islâmica de 1979 que derrubou o ultra corrupto Xã Rezha Palehvi e permitiu a ascensão do Aiatolá Komehini ao poder no Irã, os EUA forneceram armas e apoio para que o Iraque atacasse o Irã. A guerra Irã _ Iraque durou dez anos.
Os EUA atacaram o Iraque sem apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ou seja, sem respaldo jurídico do direito internacional o que constituiu grave violação da carta das Nações Unidas.
A invasão militar em 20 de março foi precedida de enorme bombardeio que destruiu a infraestrutura de defesa do País. O exército iraquiano foi logo derrotado.
Em maio/2003, Bush foi ao golfo pérsico e, a bordo do porta-aviões USS Abraham Lincoln, fez um discurso de missão cumprida declarando que "o mundo está mais seguro sem Saddam Hussein no poder". Logo em seguida, surgiu no Oriente Médio o Estado Islâmico (EI), uma outra organização terrorista muito pior que não existia antes.
Em 2004 a rede CBS News divulgou fotos prisioneiros iraquianos sendo torturados na prisão de Abu Ghraib em Bagdá. Soldados americanos usaram técnicas de tortura tão cruéis que muitos prisioneiros morreram. Correu o mundo a foto da soldado Lynndie England arrastando um prisioneiro nu preso por uma coleira no pescoço. Entre inúmeras outras.
Saddam Hussein foi preso e levado a um julgamento prá lá de manipulado que determinou sua execução em 2006. O julgamento foi condenado pela União Européia, a Human Rights Watch e a Anistia Internaciona por ser ilegítimo, desprovido de base jurídica legal e restrição de defesa.
A guerra custou ao contribuinte americano perto de US$ 2 trilhões. Morreram cerca de cinco mil soldados dos EUA e do lado do Iraque a estimativa de mortes oscila entre 700 mil a um milhão de vítimas.
Hoje o Iraque está mergulhado em um conflito sectário onde sunitas, xiitas e curdos lutam entre si e ainda enfrentam ação terrorista do Estado Islâmico.
A invasão do Iraque pelos EUA foi ilegal, injusta, imoral e baseada na mentira das armas de destruição em massa que nunca existiram.
O que sempre existiu no Iraque era quarta maior reserva de petróleo do planeta. Verdadeira causa da guerra.
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